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Explorando a estrutura legal da sociedade anônima do futebol

Por João Pedro Niemeyer, estagiário do Era&Nagoshi Sociedade de Advogados

A SAF, que é a sigla para Sociedade Anônima de Futebol, foi criada a partir da Lei 14.193/2021, permitindo que clubes de futebol pudessem ser transformados em empresa, ou seja, a medida implica que os clubes que adotem esse tipo de medida, tornem-se uma instituição com fins lucrativos.

Existem alguns exemplos de clubes que aderiram à ideia da SAF, dentre eles temos o Cruzeiro e o Redbull Bragantino. Isso implica que, a partir do momento que os clubes se tornam empresas, estes devem possuir um dono, e, além disso, permitem que investidores comprem ações do time, capitalizando e fazendo com que o time aumente seu valor.

O universo do futebol está constantemente em transformação e a alteração legislativa testemunha uma mudança significativa com a introdução crescente de sociedades anônimas no cenário esportivo.

Anteriormente reservadas para o mundo corporativo, as sociedades anônimas têm espaço conquistado no coração do esporte mais popular do mundo nos dias hodiernos. Isto não apenas analisa as estruturas tradicionais dos clubes de futebol, mas também apresenta desafios e oportunidades únicas

A transição de clubes de futebol para o formato de sociedade anônima é vista como um reflexo da evolução econômica e estrutural do esporte. Ao adotar uma abordagem mais corporativa, nenhum clube busca apenas sobreviver, mas sim prosperar em um ambiente competitivo cada vez mais desafiador.

Levando em consideração a competitividade existente, a capacidade de investimento torna-se fundamental e as sociedades anônimas oferecem um mecanismo eficaz para a entrada de capital externo. No entanto, essa mudança não está isenta de desafios.

Uma tradição profundamente enraizada no futebol muitas vezes entra em conflito com a mentalidade empresarial das sociedades anônimas. A lealdade dos torcedores, especificamente direcionada ao clube como uma entidade comunitária, pode ser testada quando a gestão é guiada por princípios de maximização de lucros. A pressão por resultados imediatos e o equilíbrio delicado entre tradição e modernização tornam desafios inerentes.

A Sociedade Anônima no futebol (SAF) também levanta questões sobre governança e transparência. Embora nenhum investidor traga recursos financeiros importantes, uma influência excessiva pode comprometer a integridade do clube. É essencial estabelecer estruturas robustas que protejam a identidade do clube e garantam que as decisões financeiras não prejudiquem a essência do esporte.

Apesar dos desafios, a Sociedade Anônima no futebol (SAF) oferece oportunidades empolgantes. A entrada de capital pode resultar em melhorias significativas nas infraestruturas dos clubes, no desenvolvimento de talentos e na expansão global.

A gestão profissionalizada fornecida pelas sociedades anônimas também pode trazer eficiência e inovação aos clubes de futebol. Práticas de negócios modernos podem melhorar a eficácia operacional, criar fontes de receita e promover a sustentabilidade financeira a longo prazo. A abertura à inovação tecnológica e estratégias de marketing mais sofisticadas são vantagens tangíveis.

Concluindo, a Sociedade Anônima no futebol (SAF) representa uma revolução na gestão e na estrutura dos clubes. A transição para esse modelo traz desafios significativos, mas também abre portas para oportunidades emocionantes.

O equilíbrio entre tradição e modernidade é fundamental para o sucesso dessa mudança, garantindo que o espírito do futebol não seja sacrificado no balcão do progresso corporativo. À medida que nenhum clube navegue por essas águas desconhecidas, a verdadeira medida de sucesso será a capacidade de preservar a paixão e a identidade únicas que tornam o futebol mais do que um simples negócio - uma parte vital do tecido social e artístico em todo o mundo.

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